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Coluna Literária

Poetas em Petrópolis: Raul de Leoni

Antiga casa de Raul de Leoni em Itaipava / Foto: reprodução do acervo do site rauldeleoni.com.br

Gabriela Mistral, Elizabeth Bishop, Manuel Bandeira, Alceu Amoroso Lima e Raul de Leoni. Esses são apenas alguns nomes de grandes poetas que estiveram em Petrópolis em algum momento de suas vidas, e acabaram sendo homenageados na cidade dando nomes à ruas, bibliotecas e até a um Centro Cultural.

Para conhecer um pouquinho sobre essas figuras tão importantes não apenas para nossa literatura, mas também para a história da nossa cidade, hoje iniciamos uma série de colunas literárias especiais, começando pelo poeta Raul de Leoni.

Raul de Leoni com a família / Foto: reprodução do acervo do site rauldeleoni.com.br

Nascido em Petrópolis, em 1895, Raul de Leoni Ramos é um dos grandes nomes da poesia brasileira. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro, em 1916. Filho de um magistrado do Supremo Tribunal Federal, ainda jovem viajou por diversos países da Europa enquanto colaborava com artigos em vários veículos de imprensa, como as revistas Fon-Fon! e Para Todos, o Jornal do Brasil, Jornal do Comércio, O Jornal e O Dia.

Foi nomeado por Nilo Peçanha, ministro das Relações Exteriores do governo do presidente Venceslau Brás, como Secretário da Legação do Brasil em Cuba. Contudo, interrompe a viagem e é designado para servir em Montevidéu onde fica apenas três meses. Transferido para o Vaticano, acaba por abandonar a carreira diplomática e publica seu primeiro livro de poesia, Ode a um Poeta Morto, em 1919.

Raul de Leoni (à esquerda) e amigo / Foto: reprodução do acervo do site rauldeleoni.com.br

Em 1922 é lançado Luz Mediterrânea, que teve nova edição em 1928. Uma antologia de seus poemas, Trechos Escolhidos, é publicada em 1961. Segundo informações da enciclopédia Itaú Cultural, “Raul de Leoni é considerado por alguns críticos poeta neoparnasiano e, por outros, simbolista. Em sua obra, situada em momento de mudanças no panorama estético brasileiro e mundial, há elementos que podem ser relacionados ao parnasianismo, como o gosto pela descrição nítida, em versos luminosos e plenos de paisagens gregas, florentinas, pagãs. Seus últimos poemas, entretanto, em que se destacam as abstrações filosóficas, apresentam modulação simbolista.”

Foto: reprodução/internet

Morreu em Itaipava, aos 31 anos, onde se tratava de tuberculose, doença que o vitimou e que o havia impedido de assumir o cargo de deputado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Em  sua homenagem, o Centro de Cultura da cidade recebeu seu nome; o espaço cultural abriga galerias de arte, teatro, cinema e a Biblioteca Central Municipal Gabriela Mistral, considerada a 3ª mais importante do estado do Rio de Janeiro.

 

 

 

Confira um poema de Raul de Leoni do livro Luz Mediterrânea (1922), reproduzido no site escritas.org:

Unidade

Deitando os olhos sobre a perspectiva
Das cousas, surpreendo em cada qual
Uma simples imagem fugitiva
Da infinita harmonia universal

Uma revelação vaga e parcial
De tudo existe em cada coisa viva:
Na corrente do Bem ou na do Mal
Tudo tem uma vida evocativa.

Nada é inútil; dos homens aos insetos
Vão-se estendendo todos os aspectos
Que a idéia da existência pode ter;

E o que deslumbra o olhar é perceber
Em todos esses seres incompletos
A completa noção de um mesmo ser…

 

Fotos: reprodução do acervo do site rauldeleoni.com.br

Fontes: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa2765/raul-de-leoni

https://educacao.uol.com.br/biografias/raul-de-leoni.htm

http://www.visitepetropolis.com/blog/detalhe/raul-de-leoni-um-poeta-parnasiano/

 

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.
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