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Política

Saúde mental dos sobreviventes da enchente de 2022 é tema de projeto de lei a ser votado na Câmara nesta quarta

Em fevereiro de 2022 aconteceu a maior tragédia da história de Petrópolis. Localidades inteiras foram destruídas, laços comunitários e familiares foram dilacerados, gerando sofrimentos e consequências que se desdobram até hoje. Foi esse cenário que levou a Coletiva Feminista Popular, representada pela vereadora Júlia Casamasso na Câmara Municipal, a se somar à vereadora Gilda Beatriz para fortalecer e ampliar um projeto de lei, já em tramitação desde abril do ano passado, com foco na saúde mental dos sobreviventes e atingidos por desastres socioambientais. O PL será votado no plenário nesta quarta-feira (1º).

A Lei Orgânica Municipal estabelece, no art. 137, §5º, que “o Município implantará política de atenção à Saúde Mental”, com ênfase à abordagem multiprofissional, bem como à atenção extra-hospitalar e ao grupo familiar e ampla informação aos usuários, familiares e à sociedade organizada, sobre os métodos de tratamento a serem utilizados. “Muitas pessoas foram expostas a perdas inomináveis, a experiências extremas de quase perder a vida ou de ver pessoas amadas perderem a vida. Escutar gritos de socorro, ver gente sendo arrastada pela água, passar por corpos nas ruas. É urgente que o município fortaleça seus equipamentos públicos de saúde mental e assistência social para garantir que as pessoas atingidas tenham acompanhamento adequado, gratuito e de qualidade”, explica Ester Guerra, uma das integrantes da Coletiva, reforçando ainda que se trata de um trauma coletivo, mas que tem repercussões na vida e na saúde de cada uma e cada um.

Desde a década de 1930, a Defesa Civil acompanha os índices de chuva da cidade; não é a primeira enchente e também não são os primeiros deslizamentos de terra. Um dos episódios mais marcantes aconteceu em 1988, quando 134 pessoas morrem entre tantas outras em todo o estado do Rio de Janeiro. Em 2011, as águas arrastaram quase toda a localidade do Vale do Cuiabá, deixando rastros também em Itaipava e arredores, e vitimando 73 pessoas. “Em 2022, uma semana depois da maior tragédia da cidade, o centro histórico já estava limpo para os turistas, mas a gente encontra os escombros de casas pelos bairros, sem perspectivas de obras estruturais para garantir segurança à população. São muitos erros, omissão do poder público, falta de políticas de prevenção, desrespeito à vivência das comunidades em seus bairros”, comenta a vereadora Júlia Casamasso.

No texto do projeto de lei apresentado em co-autoria, as parlamentares reforçam ainda que a atenção à saúde mental é uma demanda da população atingida, e pede o apoio dos demais vereadores para aprovação.

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