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Entrevistas

“Acho que a poesia já me deu muito mais do que eu esperava ou podia esperar dela”, Catarina Maul

Catarina Maul é pedagoga, produtora cultural, escritora e apaixonada por poesia. Aos 45 anos, ela revela que quando criança sempre sonhou em ser poetisa. “Comecei a brincar de copiar poemas e tentar escrevê-los aos nove anos. Eu adorava passar os recreios na biblioteca da escola lendo e decorando poemas”, disse. Nessa época, o livro de cabeceira dela era “Amo” do J. G. de Araujo Jorge que ganhou do pai. Mas já lia Casimiro de Abreu, Olavo Bilac e Guilherme de Almeida. Para ela, a poesia é expressão e o que muda são as formas de se expressar. “Ela se apropria de outras linguagens, outros mecanismos para a comunicação, próprios dos novos experimentos do novo século e suas tecnologias”. Abaixo uma entrevista exclusiva com Catarina Maul.

Acontece em Petrópolis: Como você se inspira para escrever as poesias?
Catarina Maul: Eu me considero uma poetisa do cotidiano. O que me inspira é o mundo que se apresenta a minha frente. Pessoas que passam, sensações momentâneas, fatos divulgados pelas mídias, pensamentos que atravessam em minha mente, quando estou dirigindo. Eu não busco a poesia, ela que acontece em minha vida, como um grito.

AeP: Quais são os seus poetas preferidos?
CM: São muitos, cada um em uma fase. Mas adoro Fernando Pessoa, Vinicius de Moraes, Florbela Espanca, Mário Quintana. Há muita poesia no mundo para resumir minhas preferências em estilos.

AeP: Quando você despertou para escrever o primeiro livro?
CM: Desde quando começamos a escrever, queremos escrever um livro. Editei um primeiro solo no ano passado, de poesia, mas antes disso já organizei e assinei várias antologias, já fiz um livro sobre o Samba, e na juventude, escrevi três romances. Ou seja, existem muitos livros escritos, mas nem todos estão editados.

AeP: Você que escolheu o título? O conteúdo da publicação intitulada “Intensa” traduz quem é a Catarina Maul?
CM: Eu escolhi o título sim – Intensa. Acho que isso fala muito de mim e de como eu vivo a vida. O livro traduz boa parte de meus escritos poéticos, mas antes de lançá-lo, eu já possuía o conteúdo do segundo livro, que pretendo lançar em breve. Creio que o segundo retrate mais uma fase de maturidade poética.

AeP: Como poetisa, quais são os planos para o futuro?
CM: Acho que não tenho muitos. Quero somente continuar fazendo com que a Poesia seja movimento, arte viva, transpondo espaços, criando oportunidades, fomentando experiências. Acho que a poesia já me deu muito mais do que eu esperava ou podia esperar dela.

AeP: O que você acha que falta em Petrópolis para atrair o interesse dos jovens pela poesia?
CM: A poesia é uma arte mais introspectiva, Há muitos poetas que não se revelam. Há muito mais poetas do que podemos imaginar. Mas não há no Brasil, em geral, a valorização da poesia com mecanismos de edição, de apresentação, de exposições. Geralmente, o próprio poeta custeia a sua arte. Dessa forma, ela não se torna valorizada como profissão. E continua quase no anonimato para a maioria das pessoas.

AeP: Na sua concepção, o que é poesia atualmente?
CM: A poesia é expressão, o seu conceito não muda tanto. O que mudam são as formas de expressão, pois ela agora se apropria de outras linguagens, outros mecanismos para a comunicação, próprios dos novos experimentos, do novo século e suas tecnologias. Mas para mim, nada disso desvaloriza a poesia praticada noutros tempos. Acho que a poesia é uma arte bastante generosa, que soma o novo, o antigo, e seus diversos autores. Para mim a poesia é a meta, a missão, a grande paixão de sempre.

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