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Entrevistas

“Até hoje não caiu a ficha”, conta Rafael Portugal sobre o canal Porta dos Fundos

Que rir é o melhor remédio, isso todo mundo já sabe. Porém, dar risadas com histórias de outra pessoa requer um talento para contá-las, e isso não é para qualquer um. Mas é o caso de Rafael Portugal, que fez duas apresentações lotadas com o espetáculo “Eu comigo mesmo” nesta última sexta-feira (24), no Teatro Fase.

Com histórias sobre o uso de transporte público, churrasco em família, amores na infância (poxa, Jéssica!) e até a diferença entre alunos de escolas da rede pública e privada, mais do que fazer a plateia gargalhar, Rafael consegue se conectar com ela. É fácil se identificar com cada momento descrito, alguns tipos de parentes (sempre tem aquele tio) e até medos (como o de avião), mas o diferencial está na forma como tudo isso é contado.

No formato de stand-up, ele consigo mesmo (sem trocadilhos) brinca com a plateia e até convida uma pessoa para subir ao palco e cantar com ele no final, tornando cada apresentação diferente da outra, já que as músicas são sempre improvisadas. Seu lado musical também está presente na execução de sua música “João de Barro”, que foi gravada por Maria Gadú, e por uma releitura de um funk das antigas que brinca com a MPB.

Antes do espetáculo, Rafael nos recebeu para um rápido bate-papo, no qual falou sobre sua apresentação, seu lado musical e sua participação no Porta dos Fundos. Confira abaixo:

AeP: Como surgiu o espetáculo “Eu comigo mesmo”? Você sempre sentiu vontade de compartilhar suas histórias?

Rafael: O nome do espetáculo é “Eu comigo mesmo” porque pela primeira vez eu resolvi fazer um espetáculo sozinho. Eu sempre trabalhei em cia teatral, comecei na “Atos e Atores” em Realengo, bairro onde nasci e fui criado, e desde então nunca trabalhei sozinho. Todos os espetáculos que me envolvi sempre foram em grupo ou em dupla. E trabalhar sozinho tem uma certa solidão, aquela coisa de querer ir para a coxia para que outra pessoa suba ao palco e ter esse tempo, mas nesse não tem. Sou eu comigo mesmo contando histórias.

É uma experiência nova, estou há quase um ano com esse espetáculo, mas cada apresentação sempre tem uma coisa nova por causa do último ato que envolve música e eu chamo alguém da plateia para cantar comigo. Então é sempre novo. Tem sido uma experiência maravilhosa.

AeP: Em se falando de música, você tem esse lado musical muito forte, já foi até gravado por outros artistas, então você pensa em fazer uma turnê com suas canções autorais?

Rafael: É algo que eu penso sim, mas não tenho tempo. Hoje minha vida está toda voltada para a interpretação. Estou no Porta dos Fundos, acabei de gravar uma série, fiz um filme e já tenho outro agendado, faço um programa chamado A Culpa é do Cabral no Comedy Central…então essa minha parte musical acontece em alguns momentos da minha vida quando tenho a oportunidade de fazer. Agora sentar para compor de verdade tem tempo, eu conseguia quando estava tudo um pouco mais tranquilo na minha vida.

A João de Barro, por exemplo, que foi gravada pela Maria Gadú, era um tempo da minha vida em que eu estava muito tranquilo, muito em paz, ou seja, duro, sem dinheiro, sem trabalho. Para inspirar é melhor, desesperado, apaixonado. (risos)

AeP: E como surgiu o convite para entrar no Porta dos Fundos. Você tem algum vídeo preferido?

Rafael: Eu gosto muito do vídeo “Colonizado”, que faço com o Fábio Porchat e interpreto um índio. O convite surgiu do Antônio Tabet, o Kibe Loco, que é um dos sócios do Porta dos Fundos. Ele me ligou e perguntou se eu queria fazer parte do elenco, no início eu não acreditei e até hoje não caiu a ficha. É um lugar que eu amo trabalhar, amo estar com eles, a gente se dá super bem. Acabamos de gravar uma série chamada “Borges Importadora Limitada” que é uma produção do Porta para o Comedy Central e vai estrear no primeiro semestre do ano que vem.

Rafael foi finalista do Prêmio Multishow de Humor e já participou de mais de 17 espetáculos. No YouTube criou o canal IXI, hoje com mais de um milhão de inscritos; foi integrante do canal Parafernalha e atualmente atua no Porta dos Fundos, o maior canal de humor, e eleito o canal mais influente do mundo em 2016, com mais de 13 milhões de inscritos. Em junho de 2016, estreou no cinema com o filme “Contrato Vitalício”, do Porta dos Fundos e dublou o filme Festa da Salsicha.
Recentemente gravou o filme “98%”, que estará concorrendo em festival.

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.
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