Após ter conquistado fãs no mundo todo com os protagonistas Dexter e Emma do fenômeno literário “Um Dia”, (que ganhou uma adaptação para o cinema com Anne Hathaway e Jim Sturgess) David Nicholls volta a cativar o público com um novo casal, mas desta vez um par mais maduro, Douglas e Connie.
Em “Nós”, Douglas Patersen, bioquímico de 54 anos apaixonado pela profissão, por organização e limpeza, um dia é acordado por Connie, sua esposa há 25 anos, que lhe diz que quer o divórcio. Porém, o anúncio vem antes de partirem em uma viagem em família de um mês pela Europa, a fim de estimular os talentos artísticos do filho, Albie, que acabou de entrar para a faculdade de fotografia. Connie cogita desistirem da viagem, mas Douglas está convencido de que será uma chance de reacender o romance no casamento e estreitar os laços com seu filho, com quem tem uma relação difícil.
Assim como em “Um dia”, a história é narrada entre flashbacks da época em que se conheceram com o presente, porém, um diferencial é a descrição de Nicholls de cada lugar da Europa pelos quais os personagens passam, que faz com que nós viajemos com eles. É possível visualizar cada rua, cada restaurante, cada museu de Paris, Amsterdã, Munique, Veneza, Florença, Madri e Barcelona.
Além disso, a maioria dos romances costuma focar no início dos relacionamentos, quando os dois estão se conhecendo e se apaixonando, e são poucos autores que ousam abordar o “depois do felizes para sempre”. E este é exatamente um dos diferenciais de “Nós”: a obra é mais realista, pois mostra as dificuldades, as mágoas e as alegrias de um relacionamento a dois, sem idealizações e fantasias.
A história de “Nós”, provavelmente, é como a vida de muitas pessoas, até porque o “para sempre” sempre acaba…
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