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Coluna Literária

[Coluna literária] “Piano Vermelho” – Josh Malerman

Após o grande sucesso de Caixa de Pássaros (que vai virar filme na Netflix com a Sandra Bullock), obra de estreia de Josh Malerman, a expectativa era grande para seu segundo livro.

Em Piano Vermelho, um som misterioso que causa um grande impacto nas pessoas e tem o poder de desativar ogivas nucleares está preocupando o governo americano. Não se sabe o local exato de sua origem, apenas que vem do deserto da Namíbia. Desta forma, os Danes, banda musical formada por ex-militares, são contratados pelo governo para acharem o lugar da onde vem esse som.

Além da jornada do grupo pelo deserto, a narrativa é intercalada por capítulos mostrando Philip Tonka, pianista do grupo, internado no hospital, se recuperando da missão que o deixou com todos os ossos quebrados do corpo. Afinal, que som é esse que tem tamanho poder sobre as pessoas?

Malerman vai tecendo todo um mistério acerca desse som poderoso e sua origem através de capítulos curtinhos, que tornam a leitura bem fluida, porém, a sensação é de que ele dá muitas voltas e não sabe muito bem para onde está indo.

Ele também peca por inserir um romance totalmente forçado, com um casal sem química, onde tudo acontece muito rápido e até o “eu te amo” soa muito deslocado para o momento.

O autor brinca novamente com um dos sentidos (no primeiro livro foi a visão), e por ser músico, faz todo sentido que queira ter dedicado seu segundo livro a uma de suas paixões ao enfatizar o poder da música nas pessoas, mas o fez de uma forma um tanto caótica.

A história tem um pouco de terror com sobrenatural, uma pegada de fantasia, com um toque de misticismo e até filosofia, mas acaba sendo confusa, como se fosse uma “grande viagem” do autor.

Os bons momentos acontecem nos capítulos passados no deserto, onde um membro do grupo some, o restante tem visões e Philip vai parar num local onde pode achar suas respostas. Mas acaba que todas as perguntas que nos fazemos durante a leitura ficam para nossa própria imaginação e o final acaba se tornando frustrante (pelo menos foi assim que me senti).

É claro que também li críticas de pessoas que amaram o livro, portanto, como sempre digo, é importante que cada um leia e tire suas próprias conclusões. Mas se eu tivesse que recomendar um livro de Josh Malerman, por enquanto, seria só “Caixa de Pássaros” mesmo.

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.
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