Neste período de isolamento social, aproveitei para ler alguns clássicos da literatura brasileira, como “A Moreninha”, de Joaquim Manuel de Macedo, e “Memórias de um Sargento de Milícias”, de Manuel Antônio de Almeida, ambos publicados no século XIX. Com as constantes transformações da língua portuguesa, nestas obras nos deparamos com expressões e palavras que caíram em desuso e por julgá-las, no mínimo, curiosas, selecionei algumas abaixo encontradas nestas obras.
Obs.: a definição de algumas expressões foram encontradas nos finais dos livros, outras foram encontradas em dicionários online como o Dicio e Dicionário Informal.
Por sal na moleira – expressão que significa estar de sobreaviso;
Estar com os azeites – estar mal disposto e zangado;
Meter à bulha – incitar ao conflito;
Ver-se em calças pardas – de acordo com o “Novo Dicionário de Expressões Idiomáticas”, de Antonio Nogueira Santos, significa estar metido em dificuldades, trapalhadas, complicações;
Como Pilatos no Credo – expressão semelhante à “entrar de gaiato em um navio”; a expressão “entrou como Pilatos no credo” é antiga e usada para fazer referência a uma pessoa ou coisa que nada tem a ver com o assunto em pauta;
Dar cavaco – reclamar, incomodar, ficar aborrecido ou chateado com alguma coisa;
Ter maus bofes -malevolência, ma índole;
Jogar o siso – falar sério, encarando os olhos da pessoa;
Furibundo – que anuncia algo com furor desproporcional ao que se refere, chegando a um tom sinistro, lúgubre;
Pudibundo – que excede em pudor, pudico;
Saloia – pessoa que vive nos arredores de Lisboa; [pejorativo] pessoa rústica, sem educação, ou que age de maneira desonesta; velhaco, grosseirão.
Mais em: [Coluna literária] A história por trás de algumas expressões populares
