[Coluna] Observações de uma petropolitana: em Veneza

Famosa por seus canais, a bela cidade de Veneza foi construída sobre um arquipélago de 118 ilhas formadas por cerca de 150 canais e ligadas por aproximadamente 400 pontes. A parte da cidade em terra firme é um lugar chamado Mestre, que inclusive é mais em conta para se hospedar.

O Centro da cidade está dividido em seis bairros (sestieri), sendo San Marco o mais famoso, incluindo a Piazza San Marco, a Basílica e o Campanário. Para ir de Mestre até lá, peguei um vaporetto, um “barco-carro”, que percorre o Grande Canal até a Piazza.

Nos meses de novembro e dezembro, o nível das marés no norte do Mar Adriático sobe, causando o que chamam de “Acqua Alta”, uma inundação parcial nos locais mais baixos, como San Marco. Quando isso ocorre, colocam passarelas para que as pessoas transitem, o que é bem útil para não molhar os pés e a roupa, mas limita muito a circulação para além da praça. Por isso, os vendedores ambulantes vendem umas botas de plástico, que é uma capa para os sapatos, e são bem úteis nessas cheias (não sei como ninguém pensou em trazê-las para Petrópolis ainda!). Uma dica é não comprá-las na Piazza, porque são caríssimas, eles estavam cobrando 20 euros o par! Dependendo de onde você “saltar” da condução para chegar até lá, há camelôs que vendem por 5 euros. Pechinchando, paguei 19 euros por três pares, mas mesmo assim poderia ter pagado mais barato senão tivesse deixado p/ última hora…

Mas voltando à Piazza, nela temos o Campanário à esquerda e em frente a Basílica, ao lado do Palazzo Ducale, ou Palácio do Doge (o primeiro magistrado da república veneziana). Entre o Palácio e a Prigioni Nove (o primeiro edifício no mundo construído para ser uma prisão), há a famosa Ponte dos Suspiros, que embora o nome possa sugerir algo romântico, é assim chamada pois, segundo a lenda, os condenados ao atravessá-la a caminho da prisão suspiravam ao ver o lado de fora pela última vez. Mas há quem diga também que o nome se deva aos “últimos suspiros de liberdade”, antes que o prisioneiro seguisse para seu destino. (No final, mostro todos esses lugares numa galeria de fotos)

Em San Marco também visitamos uma fábrica dos famosos cristais de Murano, em que podemos ver como são feitos e, claro, conta com uma loja que vende variados artigos do cristal, de lustres e joias a objetos de decoração. Entretanto, como são muito caros, uma boa opção para trazer de lembrancinha são as máscaras de Veneza, à venda praticamente em todos os lugares.

E claro, ir à Veneza e não passear de gôndola é como ir à Disney e não andar em nenhum brinquedo, portanto, não deixe de ir! Há gôndolas que cabem seis pessoas e outras para casais. Como estava num grupo grande, fomos em três gôndolas e em uma delas havia músicos (opcional) que tocavam clássicos italianos (como “O sole mio” e “Volare”) durante o passeio, que dura aproximadamente meia hora e percorre os pequenos canais.

Cenário de filmes como “O Turista”, “Casanova”, “Os Três Mosqueteiros”, Veneza é uma cidade linda e encantadora. Parada obrigatória para quem for à Itália!