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Coluna Literária

[Coluna literária] Clássicos que mencionam Petrópolis

Cenário recorrente de filmes e novelas, Petrópolis também aparece em clássicos da nossa literatura. Machado de Assis e José de Alencar, por exemplo, são dois grandes nomes que mencionam a Cidade Imperial em suas histórias.

Em “Dom Casmurro”, Machado de Assis fala de Petrópolis logo na primeira página e depois no capítulo 130.

“Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: “Dom Casmurro, domingo vou jantar com você.” – “Vou para Petrópolis, Dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas essa caverna do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias comigo.” – “Meu caro Dom Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.”

“Porquanto um dia Capitu quis saber o que é que me fazia andar calado e aborrecido. E propôs-me a Europa, Minas, Petrópolis, uma série de bailes, mil desses remédios aconselhados aos melancólicos.”

Petrópolis também aparece em “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, no capítulo 153.

Eu gostava, às vezes, de imaginar esses contrastes de região, estado e credo. Alguns dias antes tinha pensado na hipótese de uma revolução social, religiosa e política, que transferisse o arcebispo de Cantuária a simples coletor de Petrópolis…”

José de Alencar foi um outro autor que mencionou a cidade em várias obras suas.

Como em “Senhora”, uma de suas obras mais conhecidas.

“Seixas tinha umas tinturas de orquídeas e parasitas que havia colhido um verão em Petrópolis, no tempo em que a cultura e o estudo desses dois gêneros de plantas esteve na moda, e para alguns degenerou em mania”.

“Fernando surpreendido pela pergunta volveu os olhos para a mulher, cujo pálido semblante iluminado nesse momento por um reflexo do sol no ocaso, tinha a diáfana aparência de cera.
-Algum incômodo passageiro. Precisa sair da cidade, passar algum tempo fora, na Tijuca ou em Petrópolis“.

Em “Cinco Minutos”, escrito no início da carreira do autor, também há várias cenas passadas em Petrópolis.

“Parto hoje para Petrópolis, donde voltarei breve; não lhe peço que me acompanhe, porque devo ser-lhe sempre uma desconhecida, uma sombra escura que passou um dia pelos sonhos dourados de sua vida.”

Quando cheguei a Petrópolis, eram cinco horas da tarde; estava quase noite. Entrei nesse hotel suíço, ao qual nunca mais voltei, e enquanto me serviam um magro jantar, que era o meu almoço, tomei informações. (…) — Não conheço as ruas de Petrópolis; o melhor é acompanhar-me e vir mostrar-me a casa.”

Era uma dessas noites de Petrópolis, envoltas em nevoeiro e cerração.”

O romancista petropolitano Cornélio Penna também menciona o município em “A Menina Morta”.

“Dona Inacinha, por alguns instantes, ficou interdita, como se fosse ela própria quem se tivesse apoiado em Celestina e se visse subitamente sem arrimo e caminhou vagarosamente para junto da grande mesa, onde fartas peças de entrezado e outras de riscadinho de Petrópolis se entreabriam, prontas para serem cortadas c preparadas para feitura dos surtuns, chimangos, camisas e camisolões a serem distribuídos no dia do aniversário da Senhora dali a um mês.”

Lembra de mais alguma história que menciona ou se passa em Petrópolis? Fala para a gente nos comentários!


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Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.
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