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[Coluna] Observações de uma petropolitana: em Pompeia

Conhecida por ter sido destruída durante uma grande erupção do vulcão Vesúvio no ano 79 d.C., foi somente no século XVIII que Pompeia foi redescoberta por um agricultor que trabalhava na região, e escavada por arqueólogos nos séculos seguintes. Hoje, as ruínas do sítio arqueológico recebem milhares de turistas do mundo todo, e foi exatamente para lá que fui depois de uma rápida passada por Nápoles.

Durante a visita, é possível ter um gostinho de como era a vida romana no século I, congelada no momento em que foi sepultada pela erupção. A cidade ficou coberta por cinzas e depósitos de pedra pomo, que formaram uma camada de cerca de cinco metros.

Pompeia era uma cidade próspera do Império Romano, com aproximadamente 20 mil moradores. Em sua área urbana se concentravam residências e casas comerciais como padarias, bares, lavanderias, bancos e banhos públicos. Já a área rural era ocupada por grandes propriedades dedicadas à agricultura, principalmente de trigo, uva e azeitona.

Teatro Odeon
Teatro Grande

Logo na entrada, é possível ver um dos grandes teatros da época, com capacidade para 5 mil pessoas, que era usado para a encenação de tragédias e comédias. Pompeia ainda possuía um teatro menor, chamado Odeon, para 1.500 pessoas, que era voltado para apresentações musicais, recitais de poesia e mímica.

"Faixa de pedestres"
“Faixa de pedestres”

Já os blocos enfileirados que se vê pelas ruas formavam a faixa de pedestres da época, e o espaço entre eles permitia a passagem das carroças. A estrutura das ruas é como as de hoje, com casas e calçadas de ambos os lados, além dos estabelecimentos comerciais.

Olhando as ruínas parece tudo igual, por isso é interessante fazer o passeio com um guia, que vai ressaltando e apontando os detalhes que podem passar batidos, e acabam sendo os mais interessantes.

Muito do que se sabe da vida naquela época é graças às inscrições nos muros, onde eram registrados, através de desenhos e textos, propaganda eleitoral da época, anúncios de combates de gladiadores, interações sociais, além de obscenidades, que servem como testemunhos do estilo de vida liberal e até mesmo libertino da população da cidade.

Pompeia era conhecida por seus bordeis e outros antros dedicados à prostituição, por isso, é comum ver setas em formatos de falos nas paredes e no chão, que estariam indicando a direção do lupanário, que era o prostíbulo de lá. Dividido em cubículos com camas de pedra, o que chama a atenção são as pinturas que mostram diferentes posições sexuais nas paredes, como se fosse uma espécie de “menu sexual”.

Porém, é válido lembrar que o falo também era símbolo de fertilidade e indicava a representação de poder, de status e amuleto de boa sorte, por isso também era encontrado em templos religiosos, residências e edifícios públicos.

Outro ponto interessante para se visitar são as casas dos abastados da época, que ainda conservam algumas pinturas preservadas nas paredes, jardins de inverno, além das termas, locais destinados aos banhos públicos.

Por fim, claro, não poderia deixar de falar dos corpos petrificados,  que na verdade são estátuas feitas a partir dos moldes deixados pelos verdadeiros corpos. Os formatos de seus corpos e rostos no momento da morte foram preservados por uma técnica com gesso desenvolvida por Giuseppe Fiorelli, diretor de escavações de Pompeia entre 1860 e 1875, que consistia em preencher com gesso o espaço oco no meio das rochas, oriundos da decomposição do material orgânico.

Na galeria abaixo, mostro os pontos citados no texto:

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Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.
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