Há alguns meses que o período de estiagem tem afetado não só Petrópolis, como todo o país, e com isso, muitas localidades continuam sofrendo com a falta de água. No município, há lugares que já estão há dias sem abastecimento, como o bairro Bela Vista e a rua Dom João Braga, no Alto da Serra.
“Moro na bairro Bela Vista, mais precisamente na Servidão José Gonçalves Aldeia, e desde a última sexta-feira (9) por volta de meio dia estamos sem água. Na segunda-feira, as casas da rua principal tiveram sua reposição de água normalmente e como é a mesma rede fluvial esperávamos que as casas dessa servidão também fossem reabastecidas, o que infelizmente não aconteceu. A maioria das pessoas já está ficando completamente sem água e como moramos num lugar de difícil acesso não temos como comprar um caminhão pipa. O que a distribuidora ainda não entendeu é que eles ‘reabrem’ o fornecimento da rua principal em horários em que as pessoas estão em casa e por pouco tempo, o que não permite que a água chegue até aqui”, relatou a leitora Tuyla.
“Também sou moradora do Bairro Bela Vista e estamos sem água na servidão aonde moro desde quinta-feira passada, dia 8. Já foram registradas outras reclamações por outros moradores, mas até agora não tivemos um retorno positivo. Estamos sem água nenhuma. Vamos ter que comprar galão de água para beber, sendo que, como sabemos, é um valor caro para quem ainda não comprou nenhuma vez. O valor de um galão de água é praticamente o valor da conta de água que pagamos num mês. Na servidão há muitos idosos e crianças que precisam de cuidados especiais. A pouca água que alguns moradores ainda tem está sendo compartilhada em sistema de solidariedade”, completou a leitora Juliana.
Em nota, a Águas do Imperador informou que a prolongada estiagem que afeta Petrópolis, onde há mais de um mês não chove, ocasionou a redução do nível de alguns mananciais da cidade. Além da falta de chuva, as altas temperaturas têm como consequência imediata o grande aumento de consumo de água, o que agrava a situação. Os mananciais que abastecem a cidade tiveram queda de 30%, contando com os sistemas alternativos de Ponte de Ferro e Rio da Cidade.
As áreas mais prejudicadas pela estiagem são as partes altas, cujo abastecimento só pode ser feito por meio de bombas, que dependem de grande volume de água para serem automaticamente acionadas. Com a diminuição do volume de água, não há pressão suficiente para que elas sejam ligadas. As regiões conhecidas como “pontas de rede”, situadas nos pontos mais distantes dos sistemas de abastecimento, e onde o fornecimento também é feito por bombeamento, também ficam prejudicadas.
Para minimizar os efeitos da estiagem, a concessionária executa manobras específicas, fechando o abastecimento para uma região, para forçar o abastecimento dessas parte mais altas. Além disso, oito caminhões-pipa estão circulando em horário ampliado, e a interligação dos sistemas, concluído em 2014, permite o deslocamento de água de um sistema para outro, onde haja maior demanda.
A empresa também tem concentrado esforços em ações estratégicas para qualificar o abastecimento e minimizar as consequências da estiagem, tais como: substituição de adutoras, como a obra que está sendo realizada na Rua Mosela, por exemplo; investimento em equipamentos de automação das Estações de Tratamento de Água e limpeza das captações; otimização de unidades de bombeamento de água, aumentando a vazão, e utilização de geradores para garantir o funcionamento das bombas de água; e monitoramento em tempo real das redes através do Centro de Controle Operacional. Em várias regiões da cidade, como Itaipava, Nogueira, e Cascatinha estão sendo realizadas obras de interligação que diminuem a intermitência do abastecimento.
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