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Coluna Literária

[Coluna literária] 10 livros para ler nestas férias

2016 finalmente acabou, e com o início de um novo ano surgem novas metas e desafios que nos impomos para tentarmos melhorarmos diversos aspectos de nossas vidas. Se um de seus objetivos para 2017 é ler mais, vou te ajudar com dez dicas de livros de diferentes gêneros que valem a pena ser conferidos.

1) “Homens sem mulheres” – Haruki Murakami

O livro reúne sete contos do autor japonês e abordam diferentes tipos de relacionamento. Em um dos contos, temos a história de um médico que tinha uma vida boa, saía com várias mulheres, sem nunca ter se apaixonado por nenhuma. Até o dia que acontece e ele não sabe como lidar com esse sentimento tão arrebatador que o consome. Outro nos traz um relato do primeiro amor e da obsessão que pode levar alguém a cometer pequenos delitos só para se sentir próximo e conhecedor da pessoa amada.

São histórias cativantes e muito bem escritas. Foi o livro que me fez virar fã do autor. Leitura leve e rápida!

2) “O sol é para todos” – Harper Lee

A história se passa no início dos anos 1930, na fictícia cidade sulista de Maycomb. Atticus Finch é um advogado encarregado de defender o negro Tom Robinson, que é acusado de ter estuprado uma mulher branca. A história é narrada pela filha de Atticus, Scout, que é uma criança tentando entender o que se passa ao seu redor. Desta forma, boa parte da história é focada nas travessuras infantis, na rotina de Scout com seu irmão mais velho e seu amigo Dill, na curiosidade com o vizinho que nunca sai de casa, mas toda simplicidade de atos cotidianos são repletas de ensinamentos. Os diálogos entre adultos e as crianças são de uma doçura e sabedoria, que acredito que tenha sido este um dos motivos para tamanho sucesso da obra.

Harper escreveu sobre um tema difícil, mas o abordou de uma forma singela, criando personagens cativantes e dosando muito bem os momentos de revolta com os de aprendizado. O mais impactante, contudo, é perceber o quanto “O sol é para todos” ainda é atual. Às vezes, deveríamos olhar o mundo sob a ótica de uma criança…

O filme, de 1962, está disponível na Netflix. É uma adaptação bastante fiel da história, vale a pena conferir também!

3) “A sangue frio” – Truman Capote

No dia 15 de novembro de 1959, a família Clutter foi brutalmente assassinada em Holcomb, uma cidadezinha do Kansas, nos Estados Unidos. Ao ler o caso no The New York Times, Truman Capote percebeu que o ocorrido poderia dar um bom livro sobre crime e foi atrás dessa história com a sua amiga Harper Lee (que ganhou o Pulitzer com O Sol é para todos). O trabalho de seis anos resultou na obra “A sangue frio”, inaugurando, de acordo com ele, o gênero que chamou de “romance de não-ficção” (ou “sem ficção”).

O livro é o resultado de incontáveis entrevistas que Capote fez com moradores da cidade, investigadores, familiares dos envolvidos e os assassinos Richard Hickock (conhecido como Dick) e Perry Smith, com quem acabou desenvolvendo uma espécie de amizade ao longo dos anos.

Além do livro, recomendo também o filme “Capote”, que rendeu o Oscar de Melhor Ator a Philip Seymour Hoffman, que interpreta o autor. A história mostra o processo de escrita da obra, focando em seu envolvimento com os personagens… É bem interessante!

4) “Na pele de uma jihadista” – Anna Erelle

Até onde uma jornalista pode ir para saber mais sobre o Estado Islâmico e a forma que eles usam a internet para recrutar jovens europeus? Atraída pela história de grupos terroristas e como eles se articulam, a jornalista francesa Ana Erelle (o nome teve que ser mudado devido às ameaças de morte que recebeu) mantém um perfil falso no Facebook, passando-se por Mélodie, uma jovem de 20 anos, convertida ao Islã e moradora de um bairro pobre na periferia de Toulose. Ao compartilhar um vídeo do jihadista Abu Milel, o mesmo entra em contato com ela através da rede social.

Prometendo uma vida idílica na Síria, onde ela será tratada como rainha, com apenas dois dias de conversa, ele já se declara apaixonado e começa a insistir para que ela vá encontrá-lo. Entre as descrições de suas conversas com Bilel, Anna adiciona suas impressões e relatos de matérias passadas que fez com famílias de jovens que se juntaram ao EI.

O relato é fascinante e prende a atenção do início ao fim ao mostrar como os jihadistas pensam e recrutam pessoas. É interessante para que a gente possa compreender (não é bem essa palavra) um pouco mais esse grupo que tem sido responsável por vários ataques terroristas e que usa a internet para se articular e atrair adeptos. É uma leitura, de certa forma, agoniante, mas que eu recomendo!

5) “Clube da luta” – Chuck Palahniuk

Considerado um clássico desde a sua publicação em 1996, a obra-prima de Palahniuk nos apresenta um funcionário público insatisfeito com seu emprego e com o consumo desenfreado promovido pela mídia, que encontra alívio e redenção após horas de lutas em clubes escondidos nos porões de bares. O clube da luta é idealizado por Tyler Durden, que acredita ter encontrado uma forma de viver fora dos limites da sociedade e suas regras sem sentido.

Um traço comum em todas as obras do autor é a crítica ao consumismo, à mídia, à religião e a frustração das vidas nessas sociedades modernas. Então, a obra acaba sendo o ápice de toda essa frustração que vai culminar em atos revolucionários e anárquicos. O tom da narrativa é a desesperança com o sistema vigente que é tão grande, que por trás de toda violência e atos repugnantes que nos são apresentados, sobressaem-se a melancolia e o desespero desse jovem funcionário público, cuja resposta para tudo isso é a destruição.

A história ganhou uma adaptação cinematográfica com Brad Pitt e Edward Norton que também se tornou um imenso sucesso. Mesmo tendo visto o filme antes de ter lido livro, aconselho a leitura, até porque os finais são diferentes.

6) “O segredo de Emma Corrigan” – Sophie Kinsella

Durante um voo, ao enfrentar uma forte turbulência e achar que vai morrer, Emma acaba revelando todos os seus segredos para o estranho que está sentado ao seu lado, como o fato de ter mentido no seu currículo, não gostar de usar calcinha fio-dental por ser incômodo, molhar a planta de sua colega de trabalho com suco de laranja quando ela a chateia e até ter perdido a virgindade no quarto de hóspedes enquanto os pais assistiam a Ben-Hur. Mas, claro, o que ela não esperava era que o homem ao seu lado não era um estranho e que ela iria reencontrá-lo muito em breve…

O livro é, de fato, uma comédia romântica que te arrancará boas risadas! Se você gosta de histórias leves, engraçadas e com uma pitada de romance, Sophie Kinsella é a autora para você!

7) “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada” – J.K. Rowling, John Tiffany e Jack Thorne

Dezenove anos após os acontecimentos de “As relíquias da Morte”, Alvo Severo Potter, o filho do meio de Harry e Gina, luta com o peso de ser filho “daquele que sobreviveu” enquanto tenta se ajustar em Hogwarts. Sua relação com seu pai também é conturbada e ele parece não se encaixar nem em sua família nem na escola. Alvo foi escolhido para a Sonserina e seu único amigo é Escórpio Malfoy, filho de Draco Malfoy, o nêmesis de Harry.

Enquanto tenta lidar com a delicada e frágil relação com seu filho, Harry volta a sentir sua cicatriz doer, algo que não acontecia desde a morte de Voldemort. Já Hermione Granger, ministra da magia, continua casada com Rony, dono da Gemialidades Weasley. Ambos tem dois filhos, Hugo e Rosa, sendo esta da idade de Alvo.

Por se tratar do roteiro de uma peça teatral, a obra é dividida em atos e cenas, com pouquíssimas descrições e, logicamente, é repleto de diálogos, o que dá agilidade à leitura. Se o objetivo era atender o público nostálgico e matar um pouco das saudades de momentos e personagens tão marcantes, Harry Potter e a Criança Amaldiçoada cumpre bem o seu papel.

8) “Menina Má” – William March

Rhoda Penmark é uma menina educada, inteligente e aparentemente doce, mas que é capaz de qualquer coisa para conseguir o que quer. A indiferença da menina faz com que sua mãe, Christine, comece a investigar sobre crimes e psicopatas. Aos poucos, Christine descobre segredos terríveis sobre sua filha e sobre o seu próprio passado também. Como lidar com uma situação assim?

Embora o foco seja na desconfiança crescente de Christine até suas descobertas e como enfrentar tal situação, o livro também apresenta um outro personagem interessante que é Leroy, o porteiro do prédio onde elas vivem, que implica perversamente com Rhoda e desenvolve um certo fascínio por ela, pois parece que é o único a enxergá-la como ela realmente é.

Fãs do gênero vão prever o final rapidamente, entretanto, isso não tira o impacto da leitura, já que o forte do livro são as ações e pensamentos de cada personagem, e o impacto na vida dos outros. É um livro que pode causar um frio na espinha aos mais sensíveis, mas, como declarou Ernest Hemingway, é “apavorantemente bom”.

9) “Difamação” – Renée Knight

Catherine Ravenscroft encontra um livro em sua casa que não se lembrava de ter comprado, não era de seu marido, e não sabe como foi parar lá. Decide então começar a lê-lo e se assusta ao ver nas páginas algo que aconteceu há vinte anos e que nunca revelou a ninguém. Até então, ela achava que ninguém mais sabia o que havia acontecido naquele verão, vinte anos antes. Pelo menos ninguém ainda vivo. Então, quem o escreveu? Porquê agora?

Com a publicação, o mundo de Catherine começa a desmoronar e além dos problemas com o marido e o filho que surgem, ela agora tem que lidar com as feridas reabertas do passado.

Se você curte um suspense com uma dose de drama, eis uma boa pedida!

10) “A Química” – Stephenie Meyer

Após ter ficado mundialmente conhecida com a saga de Crepúsculo, Stephenie Meyer agora se aventura por um novo gênero: o thriller.

Em “A Química”, a protagonista trabalhava para o governo americano, mas poucas pessoas sabiam disso. Especialista em seu campo de atuação, era um dos segredos mais bem guardados de uma agência tão clandestina que nem sequer tinha nome. E quando perceberam que ela poderia ser um problema, passam a persegui-la. A única pessoa em quem ela confiava foi assassinada. Ela sabe demais, e eles a querem morta. Agora ela raramente fica em um mesmo lugar ou usa o mesmo nome por muito tempo.

Até que um antigo mentor lhe oferece uma saída – uma oportunidade de deixar de ser o alvo da vez. Será preciso aceitar um último trabalho, e a única informação que ela recebe a esse respeito só torna sua situação ainda mais perigosa. Ela decide enfrentar a ameaça e se prepara para a pior batalha de sua vida, mas uma paixão inesperada parece diminuir ainda mais suas chances de sobreviver. Enquanto vê suas escolhas se evaporarem rapidamente, ela vai usar seus talentos como nunca imaginou.

Após anos sem ter lançado nada, é bom ver uma autora se arriscando ao invés de ir pelo caminho mais fácil que seria o de explorar o mundo vampiresco e sobrenatural novamente.

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.
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